sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Aprovada lei para uso de animais em pesquisa e ensino

Em pauta:


A lei Arouca, que regulamenta o uso de animais em experiências científicas, e que tramitava no congresso desde 1995, foi aprovada no Senado por UNANIMIDADE nesta última terça-feira (09/8). Agora resta somente o Presidente da República sancioná-la. Essa nova lei permite a utilização de cobaias em estabelecimento de ensino superior e de ensino técnico na área Biomédica, em situações que constituem pesquisa ou programa de aprendizado.


Comentário:


A utilização de animais em pesquisa e ensino, além de ser uma prática eticamente questionável, pelos danos físicos e psicológicos aos quais os animais são submetidos, é um método que não garante que as informações obtidas com animais possam ser estendidas aos humanos, devido a enorme variação de respostas metabólicas que diversas espécies possuem em relação às toxinas e às doenças. Como exemplo, podemos citar a ação terapêutica em que uma dose de aspirina produz em humanos, e a sua ação venenosa para gatos e inócua para frebre em cavalo. O benzeno que provoca câncer em humanos e não em ratos. E a insulina que produz defeitos congenitos nos animais e não em humanos.

Como estamos criticando testes em animais, isso não quer dizer que queiramos que os testes em humanos necessitem ser feitos de forma danosa em seres humanos, mas queremos mostrar a fragilidade do método animal em diversos aspectos. É muito importante ressaltar que a maioria dos avanços médicos não foram atribuídos à experimentação animal, mas à melhora da nutrição, saneamento e outros fatores comportamentais e ambientais. Além disso, muitos avanços importantes na saúde são atribuídos a estudos em seres humanos, entre eles anestesia, bacteriologia, teoria do germe, o estetoscópio, morfina, rádio, penicilina, respiração artificial, anti-sépticos, a descoberta das relações entre colesterol e doenças do coração, entre cigarro e câncer, o desenvolvimento do raio-x e o isolamento do vírus que causa a AIDS. Testes em animais não contribuíram em nada nesses e nem em outros desenvolvimentos.

A ciência precisa se focar em desenvolver e aprimorar outros métodos alternativos e mais eficientes, como estudos clínicos e epidemiológicos em humanos, cadáveres, simulação de computadores e estudo "in-vitro". A humanidade e os animais agradecem!!


Finalizo com a frase do Psiquiatra Neal Barnard: “O estudante que se recusa a participar de atividade que parece ser ou é cruel aos animais deve ser encorajado e não desestimulado. Compaixão é muito mais difícil de se ensinar do que anatomia”.



Fontes: Revista da Semana e Instituto Nina Rosa

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